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Festival Audio Rebel 20 anos homenageia Jards Macalé e Hermeto Pascoal com Abayomy, Ney Matogrosso e convidados no Circo Voador

  • Foto do escritor: CRIS.
    CRIS.
  • há 5 dias
  • 2 min de leitura
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A cena musical brasileira atravessa um daqueles momentos em que passado e presente se encontram no mesmo palco. Na quinta-feira, 11 de dezembro, o Circo Voador recebe a celebração dos 20 anos da Audio Rebel, espaço que se tornou sinônimo de liberdade estética no Rio, com uma noite dedicada à obra de dois artistas que redefiniram a música brasileira: Jards Macalé e Hermeto Pascoal.


O festival abre com o quarteto Flautas Herméticas, formado por Andrea Ernest, Carlos Malta, Eduardo Neves e Aline Gonçalves, acompanhado pelo guitarrista Bernardo Ramos. O grupo, que desde 2012 se dedica à pesquisa da obra de Hermeto, carrega uma marca que aproxima profundamente seu trabalho ao do maestro alagoano: a busca radical por timbres, improvisação e liberdade estrutural. Não à toa, Hermeto chamou Malta de “o escafandrista das flautas”, um reconhecimento público à ousadia técnica do multi-instrumentista.



A apresentação, que originalmente teria Jards Macalé ao lado de Ney Matogrosso como convidados da Abayomy, ganhou novos contornos após a partida do compositor, anunciada quando o show já estava inclusive à venda. A ausência física transformou o espetáculo em um verdadeiro tributo, sem alterar o espírito de celebração que motivou o encontro.


A escolha não é casual: Macalé sempre esteve próximo de artistas que romperam os limites da canção. Foi um dos primeiros a aproximar bossa, rock, samba e poesia marginal, além de ter influenciado movimentos inteiros da contracultura dos anos 1970 em diante.

Em 2020, por exemplo, seu disco Contrastes voltou a circular entre jovens músicos independentes como símbolo dessa mistura de sutileza e ruptura, prova de uma relevância que só cresce.


A Abayomy, que parte do legado de Fela Kuti para criar um som profundamente brasileiro, chega ao Circo com um repertório que atravessa ijexá, maracatu e afoxé com a pulsação política e dançante que marca seus 16 anos.



Com Ney Matogrosso, a noite ganha ainda outra camada: o cantor, figura central de vanguarda na MPB, já revisitou Macalé em diferentes fases da carreira e é herdeiro direto dessa linhagem de artistas que transformaram estranhamento em beleza.


A celebração dos 20 anos da Audio Rebel no Circo Voador simboliza mais que um aniversário. Marca a consolidação de um centro de experimentação que se tornou fundamental para a música independente brasileira.


Ao longo das últimas duas décadas, a casa abrigou shows, ensaios, gravações e residências que impulsionaram novos movimentos, da cena noise e instrumental ao samba-jazz, do rock alternativo ao afrobrasileiro contemporâneo. Em 2024 e 2025, a Rebel intensificou sua atuação com festivais que cruzam gerações, conectando artistas como Zumbi do Mato, Moonlight Benjamin, Melvin e Vulgue Tostoi.


Abaixo uma matéria de 2020 no RJTV homenageando o espaço.



No Circo, essa memória se materializa. O festival coloca lado a lado a radicalidade de Hermeto, a inquietação eterna de Macalé e a energia criativa que moldou a Rebel desde 2005. É uma noite para celebrar não apenas trajetórias individuais, mas a própria música brasileira em seu estado mais livre. CORRE QUE AINDA TEM INGRESSO DISPONÍVEL. GARANTA O SEU AQUI.

 
 
 

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