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Banal Label e a pesquisa infinita de Lessa Gustavo

  • Foto do escritor: CRIS.
    CRIS.
  • 15 de out.
  • 3 min de leitura

Falar da Banal Label é falar de uma marca multiplataforma, e também de um método de vida. É olhar pra um artista que nunca se contentou em rimar, produzir e gerar catálogo, é observar uma mente que acabou transformando sua inquietação em arte.


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Lessa Gustavo, um dos nomes mais autênticos do rap nacional, construiu na Banal Label um espaço onde moda, música, colagem e experimentação se encontram.


Do bomb ao Bandcamp

Contextualizando… A história da Banal começa em 2014, com um bomb de grafite que estampava a palavra “banal”. Ao mesmo tempo, Lessa criava uma página de colagens no Facebook. Em 2015, a conexão com muitobomloopar amplia o escopo: capas, lançamentos de artistas nacionais e internacionais, e o DNA da marca começa a tomar corpo.


A logo já existia, mas não era usada ainda. A estética vinha das colagens que circulavam na internet, enquanto Lessa organizava também as coletâneas Banalidade, quatro volumes disponíveis no Bandcamp, depois de serem distribuídas inicialmente no SoundCloud. 


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A Banal Label deixava claro desde cedo que não nascia como um produto, ela chegou na pista como um arquivo vivo, um recorte das ideias de Lessa.


Bonés, camisetas e a pandemia

Em 2017, surgem os primeiros bonés. Entre 2017 e 2019, a Banal Label funciona como uma extensão natural do nome de Lessa: eventos esporádicos, colaborações e peças limitadas. Mas é em 2020 que o projeto dá um salto significativo.


Com a primeira parcela do auxílio emergencial, Lessa investe em 20 camisetas. Um gesto simples, mas carregado de significado: transformar um recurso de sobrevivência em investimento cultural. Daquele lote pequeno, vieram os 30, depois os 50, e a experimentação só cresceu.


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Banal, Banal, Banal…

Entre os lançamentos, alguns se tornaram marcos. O drop Resgate (2022), inspirado pela Copa, trouxe uma coleção cheia de produtos. Temos também como fato marcante, uma colaboração com o duo Febre 90s, antes mesmo deles explodirem. É importante frisar: a primeira camisa do Febre foi feita junto com a Banal Label, um detalhe que hoje soa quase profético dentro da cultura, mostrando o olhar sagaz de Lessa no jogo da moda.


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Outro marco mais recentemente, é a parceria com a artista ma.y.ra, collab que aponta pra um novo caminho: um olhar que abandona a estampa central no peito pra mergulhar em arte contemporânea. É esse o horizonte que a Banal vem traçando: sair da camiseta básica pra pensar moda como arte em sua plena extensão e continuidade.


Processo vivo

O processo criativo de Lessa é único. Ele anota, observa, altera. Nem tudo que ele pensa sai amanhã, nem tudo que sai foi pensado ontem. Cada drop amadurece em seu tempo, conforme a grana e a execução permitem. Mais que “produto na prateleira”, a Banal entrega peças que carregam valor de obra: experimentos vivos, que nascem do mesmo gesto de samplear, colar, reaproveitar e reimaginar.


Essa lógica é parte da síntese do que ele já faz como MC e produtor. Em um cenário onde o rap cada vez mais se dilui em gêneros presentes na massa, Lessa permanece fiel à pesquisa. A Label label é o reflexo dessa mesma postura: insistir em criar algo autêntico, mesmo que isso não caiba no padrão de mercado.


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A pesquisa infinita é…/

Pra Lessa, o futuro da Banal Label e de seu trabalho pessoal são inseparáveis. Música e moda se interligam, mas ele já projeta expandir para outras plataformas artísticas, construindo novos campos de pesquisa e priorizando frentes que não precisam girar apenas em torno de rima ou beat.


Mais de uma década de carreira mostra que não há nada a provar. O que existe é a vontade de experimentar. A Banal Label é a pesquisa infinita de Lessa Gustavo: um projeto que nasceu no grafite e hoje se firma como uma das iniciativas mais originais do Brasil, justamente porque se recusa a ser só marca, só roupa ou só música, é a vida de um artista da Baixada Fluminense em sua síntese.


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